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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quando as Penas Caem. O Girar do Destino

  Então pessoal, eu to aqui pra falar que já comecei a escrever o livro e ele se chama:  O Girar do Destino. Se tudo der certo, será o primeiros de muitos que pretendo fazer, que alias, quem souber de alguém que gostaria de publicar o meu livro, comenta aqui ou manda um e-mail pra quandoaspenascaem@gmail.com


E agora um palinha do livro, esse é o primeiro capítulo.


"  Existem dois tipos de Gárgulas, as que são vivas e as que são apenas pedras e não possui nem um pingo de vida. As vivas são guardiã de igrejas ou de locais sagrados, já as mortas, apenas são usadas como enfeites para as calhas. As Gárgulas não podem ser animais de estimação de qualquer um, elas possuem ética de justiça, portanto precisa ter um bom motivo pra ter uma de guarda, normalmente algumas delas são animais de estimação que são posto de guarda, ou seja, eles são selados como guardiões de um local e por isso viram uma Gárgula.
  No topo de uma igreja em uma cidade, quatro Gárgulas vivas protegem o solo sagrado. A primeira, apontada para o noroeste, tem a forma de um hípogrifo, a segunda que está apontada para o sudoeste, tem a forma de um leão alado, a terceira que tem a forma de mantícoria alada (corpo de leão e rabo de cobra), ela aponta para do sudeste, a última, que aponta para o nordeste e tem a forma de um grifo, serve como apoio para um vigilante da noite. Usando um, sobretudo negro com capuz, o vigilante guarda as redondezas que cercam a igreja, esperando um movimento de algo suspeito. Ajoelhado sobre a gárgula, o vigia percebe um carro parar na frente da igreja e quatro homens saírem de dentro, todos se vestiam da mesma forma, ternos e sapatos italianos de bico fino. Eles seguem até o  porta-malas do carro e cada um dos quatro retira um cassetete retrátil e uma pistola semiautomática.
 - Se lembram das ordens não é? – pergunta um dos homens que parecia ser o líder.
 - Sim. Devemos apenas arranjar informação sobre os Asaras. Isso sem mortes morte e sem sermos vistos. – diz que estava de motorista.
 - Isso! Agora, eu quero que dois de vocês vá pelos fundos e se preparem caso alguém fuja. De novo, Sem mortes! – relembra o líder. – Vamos!
 Do topo da igreja, o vigilante aproxima as duas palmas e quando as separas, uma faca militar sai lentamente de sua palma esquerda. Quando sai completamente, ele segura ela com a mão esquerda, leva sua outra mão até a orelha onde fica o comunicador e avisa os companheiros.
 - Quatro deles, dois pela frente e dois ao fundo. Estão, portanto cassetetes e pistola e estão vestindo  ternos. – diz o vigilante.
 - É provável que seja a Infernus. Certo, assim que entrarem, já comece o ataque, inutilize o carro e pegue os do fundo. – diz uma voz que vem do comunicador.
 - Entendido, câmbio, desligo. – diz o vigia.
 Já desligando o comunicador o vigilante repousa sua mão direita na Gárgula e da sua mão, sai uma onda de energia verde que percorre toda a ave de pedra. Assim que os homens entram na igreja, o vigilante se levanta, tira a faca da bainha mantendo firme em sua mão direita, ele chega à cabeça da Gárgula e antes de pular diz:
 - Vamos, Grypho.
 A parede que cercava a Gárgula explode liberando o animal. Ele perde a cor acinzentada e toma vida, abrindo as asas e voando sob o vigia, pegando ele no ar.
 - Não perdoe o carro, Grypho. – diz o Vigilante.
 - Eu já não ia mesmo. – diz o animal na mente dele.
 O que antes era uma Gárgula, agora tinha se transformado em um Grifo de verdade que tinha 1,60 metros de comprimento, 2 metros de envergadura da asa e 70 centímetros de altura.
 Grypho “pousa” com tudo em cima do carro, deixando ele parecido com uma lata de sardinha, o Vigia desce de sua montaria, se segue em direção ao fundo da igreja atrás dos outros dois de terno.
 Dentro da igreja, os dois que entraram pela porta da frente, buscam pelo padre atrás de informações referentes ao clã, assim que se aproximam do altar ouvem um assovio. Eles se viram e no segundo andar da igreja um homem de, sobretudo negro, de pé aguardando eles.
 - Acho que vocês não irão encontrar o padre presente. – diz o homem.
 - Você usa o uniforme deles. O que sabe sobre os Asaras? – pergunta do líder do grupo da Infernus.
 - Depende de quem pergunta.
 - Sou eu quem faz as perguntas. – o líder dá um passo adiante e saca a pistola e a aponta para o homem.
 - Você não está em apto para exigir isso. – diz o homem.
 - Somos quatro, você, apenas um. – diz o companheiro do líder.
 - Errado! Vocês são quatro, nós... – diz o homem apontando para o altar. - ..Somos em vinte!
 De cada sombra daquela igreja, emergiu uma pessoa que usava o mesmo uniforme do vigia de fora e do homem, dezoito pessoas ao todos surgiram das sombras.
 - Quem são vocês? – pergunta o líder assustado derrubando a pistola.
 - Nós? Nós somos os Asaras. – diz uma voz de mulher que vinha da pessoa em cima do altar da igreja.
 - E sinto informar... – diz outra voz que vinha de umas das sombras.
 - ..Mas vocês estão mortos. – o vigilante acabará de entrar pela porta da frente com a cabeça dos dois companheiros que foram pelos fundos. – E nunca poderão relatar que viram quem são os Asaras. "


Se gostou, comenta e compartilha  ;)

                                                                                                A.I.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Em seguida...

 Depois de longos Oitos episódios, eu terminei o " Quando as Loucuras Surgem ", foi mais longo do que eu esperava, só que eu gostei da forma que ficou.
 Em resumo, para quem não entendeu, Rajul Tritos é o marco zero, ele será o primeiro " Terceiro Comandante ". Ou seja, cada conto de Gaijou, vai contar também o começo do nome de cada um e o inicio da saga, também se eu conseguir, um pouco da primeira geração de comandantes.
 O nome Rajul Tritos, foi um trocadilho. Rajul em Árabe quer dizer Homem e Terceiro em Grego quer dizer Tritos ou Trítos, dai eu quis fazer uma brincadeira, " Terceiro Homem ".
 Mas com isso nós encerramos o conto do 3º Gaijou, Joldrin. Espero que tenham gostado.



 Na Sexta-feira da semana passada, o blog atingiu 1.000 visualizações ao todo, eu fiquei super feliz, nossa, tava dando pulo aqui. Eu não esperava que tivesse tamanho acesso à ele, então, eu decidi seguir em frente com ele.
 Após o relato de todos os 6 comandantes, da 7ª General e dos 7 Gaijous, eu pretendo iniciar o primeiro Ato, de cinco, que contará a história dos Asaras. Não será conto sobre as pessoas, mas sobre os feitos, as sagas e o desenrolar da atual geral dos Asaras.
 Por favor, divulguem o blog, comentem se puderem e compartilhem no mural do facebook de vocês, eu agradeceria muito!
 Mas desde já, obrigado a todos que viram e divulgaram o blog, espero que continuem gostando.


                                                                                                                               Amigo Imaginário.



                                                                        

O Sétimo Círculo ( Gaijou )

 Sete artefatos foram dados aos sete arcanjos, eles significavam uma bússola até o demônio respectivos, mas eles também continham outro motivo.
 - Então, como vamos nos fundir? Se usarmos os círculos da minha " terra natal ", você tem problemas, se usarmos da sua, eu tenho problemas. - questiona Baltazar
 - Devo ter a resposta nessa moeda. Segundo Miguel, o artefato serviria de elo entre nós. - responde Baraquiel.
 - Deixa eu ver a moeda. - pede Baltazar.
 O antigo Baltazar, tinha um objeto que lhe era preferido, uma moeda de prata que achará em uma cidade humana. Ela tinha uma coroa de louros em um verso e atrás tinha o portão celeste que ligava o último círculo do Purgatório com o primeiro círculo do Paraíso. Quando trocara de corpo Belzebu, a moeda continuou com o corpo, o que foi um tanto chocante.
 - Essa moeda...- gagueja Baltazar. - É praticamente o verso da minha.
 - Como assim? - pergunta Baraquiel.
 - Aqui, segura a sua moeda. - entrega Baltazar enquanto afunda a mão no bolso a procura da sua moeda. - Eu tenho uma idêntica, dos mesmo detalhes da lateral, o que muda é um dos versos.
 - Deve ser isso..
 Assim que a mão de Baltazar toca na moeda, o artefato de Baraquiel toma um brilho avermelhado. Baltazar puxa a mão do bolso, a estende frente a moeda de Baraquiel e abre a mão, revelando que a sua moeda, continua o mesmo brilho.
 Assim que colocadas próximas, elas ficaram na vertical e se levantaram no ar. Rodopiaram, enquanto seu brilho aumentava e se aproximaram devagar.
 - É isso, o meu artefato é idêntico ao seu.. - começou Baraquiel
 - Foi o que eu disse. - e Baltazar completou.
 - Essa é a resposta, esse será o que vai nos juntar.
 As moedas se juntaram, o prateado da moeda foi sumindo devagar, dando espaço apenas para a coroa de louro traçada dentro de um círculo branco com um brilho avermelhado. O círculo virou na horizontal e cravou no solo da margem do rio.
 - Acho que devemos entrar no círculo. - disse Baltazar
 - Então vamos! - diz Baraquiel indo em direção.
 Os dois entraram no círculo, fecharam os olhos e cada um disse seu nome ao mesmo tempo.
 - Baltazar!
 - Baraquiel!
 O círculo subiu e vagarosamente, foi juntando as partes. No lado de cima do círculo, estavam os dois de pé, mas do lado de baixo, onde antes tinha duas pernas, tinha apenas uma.
 - Tá doendo? - pergunta Baltazar.
 - Não, apenas formigando! - responde Baraquiel.
 - Ei! - diz Baltazar.
 - O quê?
 - Belo soco!
 - Obrigado, dá pra se concentrar agora?
 - Ahhh, dá sim!
 O Círculo já tinha chegado na cintura de ambos. Na parte de baixo, pés maiores estavam descalços, na verdade, o ser que estava sendo criado, não vestia roupa alguma.
 Quando começou a chegar próximo ao umbigo dos dois, raios uma onda de energia começou a ser criada em volta do círculo. Árvores eram arrancadas, a água começou a ser empurrada para o meio do rio e as nuvens acima deles, foram se afastando. Era impressionante a visão de apenas uma linha que divida dois seres, de um único ser.
 O círculo já estava no ombro, quando os dois começaram a sentir dor. Não tiveram muito pra sentir, pois ficaram desacordado, daquela parte em diante.
 Quando o circulo chegou no nariz do único ser, já dava para ver a mudança. Antes, Baltazar era mais baixo que Baraquiel que tinha 1,94 de altura, o ser era maior que ambos, tinha quase 2,50 metros. Suas mão, seus pés, todo o seu corpo tinha aumentado proporcionalmente. Ao fechar a mão, era provável que o ser poderia até mesmo segurar a cabeça de um tigre e seus dedos ainda se tocariam.
 Após o termino do ritual, o ser se ajoelhou no chão, seus cabelos negros que chegavam até o ombro estavam ensebados. Ele olhou pra cima, gritou tão forte que afugentou pássaros na região e com apenas um grito, arrancou algumas árvores por perto.
 - Uaaaarrrghhhh!! Quem... sou....eu? - perguntou o ser.
 Ele se levantou e começou a correr pela margem do rio Tigre, longe do monte do Purgátorio. Correu até chegar no deserto, ele passou por dunas e rolou areia abaixo. Grypho o seguiu pelo ar, mas sem saber o que fazer, optou por manter distância do ser.
 Depois de horas caminhando, o ser chegou em um Oasis. Lá tinha uma uma rocha com uma caverna, ele se aproximou de uma pequena nascente e enfiou a cabeça, sem ao menos ver, que ali morava um tigre-persa e ali, era o seu bebedouro.
 O tigre rosnou e começou a caminhar na direção do ser, mas ele nem se deu o trabalho de se levantar, apenas se virou, encarou o animal e o tigre desmaiou.


 Passaram se décadas, daquele ser vivendo ali. Com o tempo, adquiriu certa inteligencias que o Grypho ensinou para ele. Mas a maior mudança foi quando uma caravana de camelos, na passagem pelo deserto, parou justo naquele Oasis para abastecer os cantis vazios.
 - Quem vem lá? - pergunta o ser que habitava a caverna.
 - Meu bom Alá, quem está ai? - pergunta o homem que guiava os camelos.
 - Apenas, eu! - diz o ser que devagar, começa a sair da caverna.
 - O que é você? - o homem se espanta ao ver o tamanho da criatura. - É mais alto do que o maior guerreiro de minha aldeia.
 - Tudo o que eu sei, é que sou a mistura do que um dia foram dois.
 - Como assim?
 - Chega de perguntas... homenzinho, aqui quem diz sou eu!
 - Desculpe, não quis invadir seu Oasis, venho de muito longe, estou voltando para casa e tenho sede.
 - Parta imediatamente, não aceito visitantes!
 - E por quê não?
 - Não quero saber de suas perguntas, apenas parta!
 - Perdoe-me, mas minha curiosidade é minha inimiga. Diga, por que vives nesse Oasis?
 Grypho vê a oportunidade e intervem em sua verdadeira forma.
 - Não ouviste o grande? Parta! - diz Grypho pousando próximo à nascente.
 - Eu vejo, mas não acredito. Es um grifo?
 - Es tão burro quanto curioso? - caçoa o ser alado
 - Perdão, não quero irrita-los, apenas tenho sede.
 - JÁ TE MANDEI PARTIR! - grita o ser enquanto pisa firme no chão.
 As areias que cobriam o oasis, se levantam ao céu formando uma parede de areia. o gigante começa a rosnar e a grunhir.
 - Meu senhor..- senta o homem no chão, enquanto tira um embrulho da bolsa. - ..Por quê não te sentas e me conta tua história, divido contigo meu mantimento. Enquanto eu tiver comida, você não me mata e me conta vossa história.
 O gigante se acalma e as areias voltam ao solo, ele se aproxima se senta frente ao bom homem.
 - Não posso te contar, o que nem mesmo eu sei. - fala calmamente o ser.
 - Mas eu posso, divida em três que lhe contaremos. - diz o Grypho.
 - Tenho o suficiente para nós. Por favor, junte-se. - diz o homem. - Como te chamas grifo?
 - Grypho. - responde.
 - E você? - pergunta o homem ao gigante.
 - Ele não tem nome, não lhe foi dado. - diz o grifo.
 - Eu pai era grego e minha mãe árabe, estou dizendo isso por que meu nome é Rajul Tritos. É bem engraçado o meu nome, quer dizer, o Terceiro Homem. - diz o Homem. - Gostaria de um nome, senhor?
 - Seria bom. - diz o gigante.
 - E eu já tenho o nome perfeito. Você...


   
                                                                     ... à partir de hoje se chamará, Joldrin!

O Sexto Círculo ( Celeste )

 - Vou explicar de novo Baltazar, por favor que seja a última. - diz Baraquiel de pé, explicando pela quarta vez a missão designada. - Deus ordenou que 7 arcanjos, achassem seu respectivos demônios, tornassem um só através de uma unificação de corpos, voltasse ao purgatório e fosse para o mundo dos homens.
 - Que respectivos demônios? - pergunta Baltazar.
 - Leviatã, Asmodeus, Belphegor, Mammon, Sammael, Belial e você.
 - E por quê?
 - Para ser criado um ser que supera a rinha de céu e inferno, pra se tornar um ser, acima de qualquer lado, apenas de uma, o lado da justiça. Diga-me Baltazar, o que acha justo? - pergunta Baraquiel.
 - Um arcanjo tentando convencer um senhor do mal, essa é ótima! - ri Baltazar.
 - Realmente, mas eu tenho uma missão, eu preciso cumpri-la, se você recusar, outro será chamado. Entenda, essa é uma oportunidade de estar em algo fora de, ou " anjo " ou " demônio ".
 - Sim, na verdade, é uma motivação, uma razão. Eu sempre desejei estar em algo que tivesse sentido e não uma guerra sem sentido. - diz Baltazar enquanto senta em um tronco.
 Pra nenhum arcanjo, o inferno faz bem, alias, pra nenhum ser vivo. Após apresentação, Grypho voltou a sua verdadeira forma e levou eles para o rio Tigre. Baltazar por morar no inferno, sabia caminhos que voltavam para círculos anteriores, assim, puderam voltar a um lugar nulo de influencias.
 - Essa é uma dessas oportunidades, Baltazar. - insiste Baraquiel
 - Mas não sou um demônio fácil de convencer. Por exemplo, ainda tenho dúvidas que não me foram esclarecidas.
 - Tais quais? - pergunta Baraquiel.
 - O que eu vou ganhar com isso? Se minha existência ainda vai viver dentro do "ser". Se isso vai dar certo mesmo.
 - O que você tem a perder?
 - Eu sou um dos senhor do inferno, isso pode ser uma armadilha pra abrir a defesa do inferno.
 - Primeiro, se for isso mesmo, vai abri a defesa do céu também. Segundo, você se importa mesmo, com isso que acabou de falar?
 - Isso é verdade.. - resmunga Baltazar.
 - E mais, você melhor do que ninguém sabe, que a junção de dois seres, unifica a mente.
 - Eu? Por quê eu saberia disso? - pergunta Baltazar.
 - Porque antes de Baltazar, você era Belzebu e antes disso, era Baal e Zebub.
 Por alguns minutos Baltazar fica em silêncio, apenas encara o arcanjo. Ele se levanta, se dirige ao rio Tigre, se ajoelha e reflete por alguns minutos.
 - Acha que ele vai aceitar? - pergunta Grypho.
 - Não sei, mas eu preciso tentar de tudo. - responde Baraquiel.
 - Se isso for verdade, por que deveríamos obedecer Deus. - pergunta Baltazar sem se virar para o arcanjo.
 - Prefere servir Lúcifer? Não importa, na verdade, qualquer divindade seria a mesma coisa. O que vai acontecer, é que não irá parar em nós.
 - Como assim?
 - Seriamos uma organização, mas será que seriamos só nós? Será que os próprios demônios não formariam uma? - diz Baraquiel se aproximando lentamente.
 - Então por quê devo me juntar a vocês? - diz Baltazar se levantando. - Eu posso contar agora para Belial ou Lúcifer de seus planos e criaremos uma força maior!
 - Isso se Belial já não tiver aceitado.
 - Maldito! - vocifera Baltazar que estava ficando sem argumentos.
 Baraquiel saca sua Mougai, aponta para Baltazar, seus dentes serram, ele se segura para não decapitar a escória.
 Desde as primeiras eras, demônios e anjos já eram inimigos, já existe um rancor entre as duas especies e superar isso, não seria fácil.
 - Acha que não penso o mesmo? Acha que não preferiria te decapitar e levar sua maldita cabeça até meu bom senhor?
 - Então por quê não o faz? - provoca Baltazar aproximando seu pescoço da ponta da espada. - Faça isso, "emplumado", arranque minha cabeça. Eu o desafio!
 - Suas palavras desaparecerão ao vento, eu não vou cair nas suas provocações! Você tem duas escolhas, ou aceita ou perece nesse solo!
 - E por quê achas que sou eu quem vou tombar? Já matei muitos anjos, você seria apenas mais um.
 - Acontece que um arcanjo, eu tenho certeza que você não matou, essa é a diferença, é por isso que você vai perecer!
 - Você é bom com argumentos. É uma diversão e um perigo, discutir com você. - diz Baltazar saindo do alcance da espada e rindo. - Eu tenho um tempo para pensar?
 - Não. A resposta tem que ser imediata! - diz Baraquiel embainhando a Mougai.
 - Você seu senhor que disse isso?
 - Não, fui eu!
 - Hahahahahahahahahahahaha, adorei você! Acho que se nós nos fundirmos, nós enlouqueceremos! Sabe que duas entidades sem um pingo de "Ressonância" tendem a enlouquecer quando fundidas, não é mesmo?
 - Ressonância?
 - Toda entidade, alma, ser, coisa viva, ou qualquer porcaria que possua vida, emite uma certa onda energética, quando duas "coisas" vivas de diferentes ondas energéticas passam a conviver uma com a outra, suas ondas começam a se moldar com a outra. Criando assim uma Ressonância, uma emissão energética similar entre duas ou mais "coisas" vivas. - explica Baltazar.
 - Entendo, o que pelo jeito, leva tempo pra se obter essa Ressonância.
 - Vária das "coisas", por exemplo, tem seres que naturalmente, já tem um dom de se ajustar a outras ondas. Tem também o tipo de ser que imita a onda de outro ser, se tornando um perfeito imitador. Tão perfeito que ele é capaz de se tornar o ser, esse tipo é conhecido na minha terra como, fraudulentos.
 - Eu não possuo nenhuma das habilidades.
 - Nem eu. Ou seja, capaz de enlouquecermos. Ainda quer fazer isso?
 - Sim!
 - Sabe que vamos enlouquecer, não sabe?
 - Agora sei.
 - Ainda assim quer fazer essa loucura? Em nome de que?
 - Quero ser mais do que só estou sendo, pra defender o que acho certo, para poder me proteger e de ter algum sentido na vida, eu preciso de poder. Se nós nos fundirmos, além de ter um significado, não gostaria de ser mais forte, Baltazar?
 - Já sou o suficiente.
 - Duvido.. - aproveitando a frase, Baraquiel deu um cruzado de direita no rosto de Baltazar, fazendo ele cair do outro lado da margem o rio, cerca de 20 metros. - Não pode nem desviar de um soco Baltazar, não foi forte nem pra suportar isso.
 - Agora você está forçando a barra, Baraquiel!
 - Eu vou perguntar uma ultima vez, Baltazar. Você aceita ou não?
 - Isso vai ser muito interessante, mas...

                                                                                        ...sim Baraquiel, eu aceito!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O Quinto Círculo (Celeste)

 Um arcanjo, ser celeste, é dotado de poderes concedidos por Deu, como o voou, habilidade de expurgar um mal que se esconde sob o véu da verdade, trazer para a luz aquela entidade escondida da visão e conceder o perdão divino. Fora isso, ele possui artefatos que lhe completa a árdua missão que eliminar o mal, como a espada avermelhada que é nomeada de Mougai, um frasco que aprisiona um mal por vez e uma cabaça que invocava os ventos do Oeste. As vezes, seres celestes precisam enviar mensagens para humanos ou tomar ações que resultam por isso, possuem corpos terrenos e na maioria das vezes são corpos humanos. Só que para o ser celeste não matar seu hospedeiro, ele deve ser puro ou ter uma consciência capaz de suportar o ser.
 - Aqui, todos já estão mortos, se você possuir um deles, o que pode acontecer é a alma deles ser purificada e você voltar para a sua "verdadeira" forma. - diz Grypho.
 - É eu sei, mas eu ainda tenho o costume e de preferência, gostaria de mantê-lo. - diz Baraquiel.
 - Tudo bem, vou rodear pelos círculos à procura e já volto, pode me esperar?
 - Claro, não demore.
 Grypho levanta voou e já some na imensidão. Baraquiel se senta em um troco caído a margem do rio Tigre e volta a contemplar sua relíquia, a moeda de prata.
 Baraquiel já vira várias moedas de prata, já sentira seu peso, mas aquela em especial era única. Por mais que esfregasse, ela continuava fria, seu peso era maior do que uma moeda comum cerca de 21 gramas a mais. As pontas dos louros apontavam para cima, possuíam exatas 13 folhas delas, não eram idênticas, cada uma tinha um detalhe que não era repetido nas demais. Baraquiel ariscará e deduzira que ela representava algo em especial, 13 itens, 13 pessoas, 13 grupos.
 No verso da moeda, a torre não estava até sua base, era apenas os detalhes do topo e a quantidade de janelas que a denunciava. Quatro janelas por parede e no topo, nos telhados, quatro cobras nas pontas que apontavam para o Norte, Leste, Sul e Oeste. Dava para reparar também que os tijolos da torre era levemente escuro, o que dava certeza que era os tijolos de ferro do inferno.
 - Baraquiel, meu senhor. - diz Grypho interrompendo os pensamentos. - Achei uma alma no quinto círculo,Ganância.
 - Certo, guie-me. diz Baraquiel enquanto abre suas abre parar voo.
 Seguindo sua águia, Baraquiel desce até o quinto círculo, atrás da alma e depois de alguns segundos, já a reconhece. Pousa ao lado dela, que não esboça reação apenas caminha diante a sua sentença.
 Baraquiel repousa a mão sobre seu ombro, seu brilho se eleva até um ponto aonde apenas de luz é feito e se junta à alma. Já no interior do a alma, ele vê tudo que passara em vida, vê que a alma abandonará seu nome devido a tristeza de ter perdido sua família e viu também que sua ganância tinha sido ele buscar a felicidade e a paz interior, para isso não mediu esforço, deu de tudo ao pobres, abdicou de bem materiais, tudo para encontrar sua família. Seria uma alma pura, se não fizesse isso com intenções não gananciosas.
 A alma brilha tão intensamente quando Baraquiel brilhará antes de juntar-se a ele, o brilho diminui gradativamente revelando que ela tomará a forma do arcanjo. Como ele se apossara de uma alma humana, Baraquiel não podia voar e nem se materializar em outro lugar, seus poderes vinham de sua forma etérea.
 - Agora preciso voltar para o topo do purgatório e assim, adentrar o inferno. - diz Baraquiel em uma forma humana que possuía até mesmo carne.
 - Por quê não retoma desse ponto, desce e volta o inferno, o caminho não é mais curto? - pergunta Grypho enquanto pousa em seu ombro.
 - De forma alguma, sem contar dos perigos, uma alma humana voltando o inferno, atrairia muita atenção.
 - Bom, então permita-me leva-lo até lá.
 Grypho adorará seu nome pois ele dizia muito sobre si. Ele podia ler mentes por que um grifo podia se comunicar com seres celestes, eles protegiam templos e eram aconselhados por mensageiros, isso também explicava ele estar próximo ao rio Tigre.
 - Você é um Grifo..- diz Baraquiel espantado. - Por que não me disse?
 - Eu não menti, apenas não disse de primeira a minha forma. - diz ele pousando no chão e tomando a forma de um grifo.
 Grypho possuía o tamanho padrão de um grifo, possuía 1,60m de comprimento com sua cauda e 70cm de altura com as asas fechadas. Sua pelagem do dorso era amarronzada e das patas era cor caramelo, e sua plumagem eram branca com algumas penas marrom escuro. Sua cabeça de águia, era do tamanho do meu cotovelo até a ponta dos dedos de minha mão. Já vi varias coisas em minha vida, mas o transformar de uma águia em um grifo, era uma das coisas mais belas que já presenciei.
 Seu dorso tinha duplicado de tamanho dando lugar a patas traseiras, a plumagem caia no chão e cresciam pelos rentes, sua asa passava para suas costas, enquanto seu corpo aumentava de tamanho. A pata que antes era de uma águia, perdia as suas escamas e pelos finos cresciam nela e as garras aumentaram e continuaram afiadas.
 - Vai continuar me fitando ou vai montar? - perguntou Grypho.
 - Desculpe. - diz Baraquiel enquanto monta no grifo.
 - Só não puxe minhas penas, eu posso não gostar.



 " Deixai toda esperança, ó vóis que entrais ". Qualquer um que lia essa frase, sentia como se tivesse um balde de água fria escorrendo por sua costa, o portal do inferno sabia como te fazer perder a esperanças. Após passarmos pelo portão, Grypho voltou a sua forma de águia e voltou para meu ombro.
 Passamos pelo Primeiro Círculo, Segundo Círculo, Terceiro, Quarto, Quinto, com dificuldade pelo Sexto, Sétimos e Oitavo Círculo, levamos cerca de 1 semana humana para atravessar todos eles, mas não levantamos suspeita. Com um nome falso e com um grifo, podemos atravessa-los e foi depois do Décimo Fosso que a moeda de prata começou a esquentar tanto que fui obrigado a abrir a mão.
 - Arrrgghhhh. - urra Baraquiel.
 - O que foi? - pergunta Grypho.
 - A moeda, ela ficou muito quente do nada.
 - Moeda?
 - Sim, algo que me foi dado, - oculta Baraquiel. - Mas curioso, ela tem ligação com a missão.
 - Quem são vocês? - pergunta uma voz.
 Olhando adiante Baraquiel viu um demônio, ele vestia um terno, tinha cabelos castanhos e estava com uma mão no bolso e outra segurando um tipo de rosário.
 - Hum... - "diz" Baraquiel tentando pensar em uma desculpa.
 - Já sei que não são almas normais, ouvi a conversa sobre moeda. Vou perguntar mais uma vez, quem são vocês?? - diz o demônio tomando uma postura ofensiva enquanto fita Baraquiel.
 - Já vi que terei que me mostrar. - diz Baraquiel. - Grypho, só um minuto.
 - Sim, senhor. - diz a águia saindo do ombro e pousando no chão.
 O corpo do hospedeiro em que Baraquiel residia brilha intensamente e ascende e some, deixando apenas o real corpo de Baraquiel.
 - Ahh, um arcanjo no inferno. Isso é interessante, o que buscas?
 - Um demônio em especial.
 - Posso saber quem é?
 - Nem mesmo eu sei, tudo o que sei é que ele é o Sétimo Senhor do Mal.
 - Oras, então já achou. - anuncia o corpo de Baltazar, mas o ser Belzebu.
 - Você? Como se chamas?
 - Baltazar, mas antes eu era Belzebu. Troquei de corpo com meu servo e agora assumo o nome dele.
 - Baraquiel.. - interrompe Grypho.
 - Sim? - diz Baraquiel voltando-se para seu amigo.
 - Se chamas Baraquiel? o Sétimo Arcanjo de Deus? - espanta-se Baltazar.
 - Sim. Só um minuto Baltazar, diga Grypho.
 - O bolso dele..
 O Bolso de Baltazar, aonde a mão dele estava, brilhava intensamente.
 - Está brilhando. - diz Baraquiel.
 - Está mesmo. Brilha como a sua moeda. - diz Baltazar apontando pra moeda de Baraquiel.
 - Então é isso, você é quem procuro.
 - E para o que?




-...Baltazar, Deus tem uma missão para nós, devemos nós tornar apenas um ser!
-..Finalmente algo interessante, conte-me mais sobre essa missão, Baraquiel!

domingo, 12 de janeiro de 2014

O Quarto Círculo (Celeste)

 - Eu devo o que? - pergunta um arcanjo.
 - Deve se unir aos outros 6 Arcanjos para cumprir uma missão designada por Deus - anuncia um anjo do coro das Dominações.
 - Mas essa missão é um ultraje!
 - É a ordem de deus, irá contestar, Baraquiel?
 - Claro que não, obedecerei ela. Onde tenho que me dirigir? - pergunta o arcanjo Baraquiel.
 - No primeiro círculo celeste, na Lua.
 Dentre o mundo dos humanos, algumas realidades e planos o cercam, alguns deles você acessa quando morre, os mais conhecidos são o Paraíso, Inferno e o Purgatório. Assim como no Inferno, no Paraíso e no Purgatório, existem "seções" que separam as almas e os seres viventes. São denominados "círculos", eles empregam a separação por, pecado, punição ou virtude.
 No Paraíso existem 10 círculos, Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno, as estrelas fixas, Primum Mobile e o Empíreo, no Paraíso, são quatro virtudes cardinais e três virtudes teológicas e no ultimo, no Empíreo, é onde Deus vive.
 Ao chegar no primeiro círculo, Lua, Baraquiel encontra outros cinco arcanjos que conversam e aguardam ordens.
 - Quem está faltando? - pergunta Baraquiel dirigindo a palavra ao grupo, um dos arcanjos se vira para Baraquiel, o olha de cima em baixo.
 - Você é o Sétimo Arcanjo? - pergunta ele.
 - Sétimo? Só eu estou perdido aqui? - diz Baraquiel enquanto pousa.
 - O que você sabe? - pergunta um terceiro arcanjo.
 - Um Dominação me explicou a missão, mas explicou por cima, mas nada sobre os outros anjos.
 - Eu sou Jeremiel, o Oitavo Arcanjo - diz o primeiro arcanjo.
 - Uriel, quarta arcanja. - diz o segundo. - E os outros são.. Jegudiel o sexto, Rafael o terceiro e Salatiel a quinta, estamos a espera do segundo arcanjo.
 - Quem é? - pergunta Baraquiel.
 - Gabriel. - diz Jeremiel
 - Por que Deus está selecionando os 7 dos 8 arcanjos principais? - pergunta Salatiel.
 - As Dominações já disseram. - responde Uriel. - Querem que encontremos nossos "respectivos demônios".
 - Para..?
 - Nos juntarmos e nos tornamos seres híbridos, evoluídos, além dessa guerra. Seriamos protetores do apocalipse. - responde Jeremiel.
 - Não entendi o "respectivos demônios". - diz Baraquiel.
 - Vocês não ouviram a missão? - pergunta Rafael. - São  como nossos opostos, se somos os principais arcanjos, eles são os principais demônios.
 - E você sabe quais são? - pergunta Jegudiel
 - Sei alguns, como o meu, o da Uriel, seu e do Jeremiel.
 - Quais são? - pergunta Baraquiel.
 - Da Uriel é o Asmodeus, do Jegudiel é o Mammon, do Jeremiel é Sammael e o meu é o Belphegor. - responde Rafael.
 - Então só falta o Leviatã e o Azazel. - diz Salatiel.
 - Na verdade.. - interrompe Jeremiel. - Azazel foi destituído do posto de um  dos "sete demônio", o novo ainda não foi anunciado.
 - Provavelmente o meu. - diz Baraquiel.- Leviatã não faz o meu perfil.
 - Então o seu ainda é um mistério. - diz Jegudiel.
 - O dele e o do Gabriel. - diz Uriel.
 - De Gabriel é Belial. - diz Rafael.
 - BELIAL? - pergunta Uriel. - Mas é o Rei do Inferno.
 - Vai ser o mais difícil... - diz Gabriel enquanto pousa no meio de todos. -..por isso vou precisar da colaboração de todos. Segundo Miguel, Deus ordena que quando fundidos, procuremos hospedeiros para o mundo terreno.
 - Para? - pergunta Jegudiel.
 - Ele quer que sejamos a força dele na Terra.
 - Então teremos que "encurtar" o Apocalipse? - pergunta Jeremiel.
 - Não, nós não iremos derrota-los e sim convence-los a se juntar a nós. - responde Gabriel.
 - Mas como faremos isso? - pergunta Baraquiel.
 - Essa é a missão! - responde Rafael.
 - Em seguida, devemos esperar no Purgatório até sermos mandado para lá.
 - Mas e os hospedeiros? Se encarnarmos como entidade que será a mistura de anjo e demônio, nós nos tornaremos monstros ou bestas. - diz Uriel.
 - Sim, essa é a intenção. Nós nos transformando em monstros , seremos atraídos á nossos hospedeiros.
 - Mas como saberemos que é ele? - pergunta Baraquiel.
 - Ele te entenderá, te respeitará, será seu amigo, irmão e te ajudará. - responde Gabriel.
 - Mas isso é uma missão sem sentido. - diz Salatiel.
 - É o que Deus quer, nesse meio tempo, Miguel terá que recrutar novos arcanjos. Após a junção, seremos elevados a Serafins. Por hora, achem seus demônios!
 - Como? - pergunta Baraquiel.
 - Desçam até o inferno se preciso, façam de tudo, essa é a missão de vida de vocês.
 - É suicídio!! - questiona Jegudiel.
 - Olhe Jegudiel, Deus também ordenou que eu os comandasse, Miguel e Rafael sabem que não sou bom no comando, alias prefiro obedecer um líder nato, isso também será difícil pra mim, peço colaboração. Não quero ser chefe, quero ser líder.
 - Entendo.. - responde Jegudiel.
 - Vai ser complicado, mas confio em vocês, precisamos disso. Sem essa missão, o mundo pode acabar facilmente.
 - Como? - pergunta Jeremiel.
 - Nós nos tornaremos dois do três selos, assim será mais difícil rompe-los. O terceiro selo, Deus se encarregará de proteger.
 - Unindo os selos os torna um alvo fácil. - diz Jeremiel.
 - Teremos a força dos líderes de dois planos regentes, seremos tão fortes quanto Miguel. Pra romper os selos, eles terão que ser como Miguel.
 - E se forem? - pergunta Uriel.
 - Então os sete o enfrentaram. Imaginem sete "Migueis".
 - Quando devemos partir? - pergunta Salatiel.
 - Agora mesmo! Eu tenho aqui, sete amuletos que guiaram vocês até seus demônios, quando encontrarem ele será o elo que ligará vocês. Depois, ele os levará por um caminho seguro até o Purgatório e em seguida, pro mundo humano, é bem capaz que alguns de vocês enlouqueçam ou tomem personalidade mais "fortes" do que a que já tem, por favor, sejam fortes, sobrevivam em nome do senhor.
 - Sim! - diz Uriel.
 - Sim! - diz Salatiel.
 - Sim, Gabriel - diz Rafael.
 - Conte conosco! - diz Jegudiel.
 - Sim! - diz Jeremiel.
 - Boa sorte pra nós. - diz Baraquiel.
 - Partam! - ordena Gabriel.
 Todos os Arcanjos pegam seus amuletos referente, levantam voou e partem em direção a extremidade do primeiro círculo e se separam após passarem pelo portal que os leva até o Purgatório.
 Baraquiel chega ao rio Tigre, ele se levanta e olha o amuleto que lhe foi designado. Uma moeda de prata com um símbolo de uma coroa de louro em um verso e no outro uma torre negra.
 - Torre negra, deve ser uma dica, parece bastante com a torre das Erínias - pensa Baraquiel. - Se eu for lá, devo ter respostas. Pelo menos já tenho um destino, mas como vou entrar lá?
 - Hospede um corpo - diz uma voz.
 - Quem está ai? Como conseguiu ver meu pensamento? - diz Baraquiel enquanto saca sua espada avermelhada.
 - Eu, olhe pra cima, arcanjo. - diz uma águia que estava empoleirada em um galho.
 - Como consegue ouvir meus pensamentos?
 - Não sei, só consigo.
 - Isso é estranho, vá embora! - ordena Baraquiel.
 - Não gostaria de ajuda?
 - E o que você ganha com essa, "ajuda"?
 - Sentido, se eu puder ajudar você, me tornar seu animal, eu ganharei sentido em minha vida. Não posso procriar pois meu organismo não produz a "semente" e mal consigo caçar minha comida pois estou velho. Se eu pudesse ajuda-lo, minha vida não seria uma desgraça.
 - Como posso ter certeza que é uma ave mesmo?
 - Perfure-me com essa espada se tem dúvidas. Muitos anjos vem aqui e os vejo matar demônios com ela, sei que ela só aflige dano a criaturas etéreas.
 - Como sabe?
 - Eu vejo com meus olhos de águia. - diz o pássaro.
 - Certo, mas se eu ver que está tentando me desviar de meu caminho, não hesitarei, tenho outros poderes fora e espada e diferente dela, eles atingem criaturas carnais!. - ameaça Baraquiel.
 - Faça-o como entender Arcanjo, será justo! - diz a ave enquanto sai do galho e pousa no ombro do arcanjo.
 - Qual fora a sua ideia mesmo? - pergunta o Arcanjo.
 - Possua um corpo e desça até o inferno. A um tempo atrás eu vi um homem subir desde o primeiro círculo do purgatório e ascender ao céus, ele era vivo ainda, então deve ter passado no inferno.
 - Entendo, fique comigo águia e sua vida será repleta de razões.
 - Obrigado Arcanjo, como te chamas?
 - Baraquiel e você?
 - Não possuo, sou uma águia, o que esperava?
 - Então te darei um nome!
 - E qual seria?
 - Grypho.
 - Gostei do nome, Grypho... soa como o de um Leão.
 - Que bom que gostou, agora, me ajude a achar um hospedeiro momentâneo.
 - Sim Baraquiel.











" E quando eu o vi em seu ninho, ele estava de asas abertas e piava ameaçadoramente. No começo achei que era uma águia, mas quando vi as patas, soube na hora que se tratava de um grifo.
   Suas asas e seu rosto me engaram, era de águia, mas seu corpo era de leões. Puderá eu ter evitado tamanho erro..            
                                                  ... Jamais entre em um ninho de Grifo, eles detestam! "
                                                                                                                        

sábado, 11 de janeiro de 2014

O Terceiro Círculo (Inferno)

 Orcus havia sido por mil-anos, o senhor de Dites. Por mil-anos, nada passou por ele sem o seu consentimentos, sendo alma, demônio ou corpo estranho que não fazia parte do inferno. Faz 30 anos humanos que Orcus deixou de ser o senhor de Dites e faz 30 anos que Belzebu assumiu.

 - Dries Aglaio, suicidou-se. - diz uma voz feminina
 Uma alma entra em um salão oval e alto, com pilares que rodeavam a sala de cor de caramelo. No centro havia um trono de cobre, com uma mesa ao lado e um demônio "feminino" sentado nele com um livro. Sentado no trono estava Belzebu, estava com uma proteção corporal feita de ferro negro, ela cobria o peito, ombros, ante-braços, braços e cintura, sob a armadura, ele estava vestindo uma chíton.
 - Para o vale dos suicidas no segundo Vale! - diz Belzebu. - Próximo!
 - Adisa Adela, foi assassinada e em seguida estuprada. - diz o demônio auxiliar.
 - Crime em vida? - pergunta o senhor de Dites.
 - Heresia. - responde o demônio.
 - Para as catacumbas! Próxima alma condenada!
 - Lior Zabdi....
 - Zabdi? Hahahahahaha, seu sobrenome é engraçado. - gargalha Belzebu.
 - ..É o estuprador e assassino da alma anterior.
 - Mas por que está no sexto círculo? Minos devia te-lo enviado ao segundo círculo.
 Haviam dois "juízes" do inferno que encarregavam as almas aos devidos círculos, na primeira parte, quem cuidava era Minos, o rei de creta, que fora assassinado por Cócalo, rei da Sicilia. Na segunda, o demônio que ocupasse o trono de Dites, se tornaria o outro juiz.
 Minos tinha auxiliares que separavam as almas de local, morte e as guiavam para seus destinos, eles eram Éaco e Radamanto, seus irmãos em vida.
 - Senhor Belzebu? - pergunta o demônio auxiliar.
 - Envie para o Flegetonte no primeiro Vale.
 - Sim senhor, próxima!
 Durante 30 anos, Belzebu comandava Dites, mas aquilo se tornará cansativo. Era exaustivo passar a eternidade julgando mortos, não havia sentido para toda a força que ele obtivera.
 - Chame Baltazar! - ordena Belzebu.
 - Sim, senhor! - o demônio auxiliar vira para um dos pilares e faz um gesto, em seguida um harpia sai do alto pilar, toma voou e sai pela porta principal. - Só um momento senhor.
 Baltazar fora um dos servos de Baal e mesmo depois da junção ele continuou servindo fielmente, graças a isso ganhou um posto como braço direito.
 - Mandou me chamar? - diz uma voz.
 - Sim Baltazar, preciso falar-lhe um segundo. - diz Belzebu se levantando do trono. - Só vai levar alguns segundos escrivão.
 - Tudo bem senhor. - concorda o demônio auxiliar sem nome.
 Ao sair da sala do trono, Belzebu e Baltazar caminham pelas cidades de Dites enquanto conversam.
 - O que foi senhor? - pergunta Baltazar.
 - Isso não é o que eu queria e estou pretendendo abandonar o cargo. Só que ninguém senão um dos outros 6 senhores do mal e os 3 reis do inferno, conseguiram me matar, ou seja, vou acabar apodrecendo aqui.
 - Mas senhor, é um cargo digno.
 - Não pra mim! Eu quero a guerra, o combate, o embate de forças, quero uma razão maior do que julgar almas.
 - E o que tem em mente?
 - Trocaremos de lugar! - diz Belzebu enquanto para na passagem que liga o sexto com o sétimo círculo.
 - Senhor??? - pergunta Baltazar.
 - Você habita meu corpo e eu habito o seu, é como uma troca de rótulos, só que o conteúdo permanece inalterado.
 - Mas nossos poderes seriam afetados?
 - Não, apenas os corpos. É três coelhos em uma única paulada, pense bem, meu corpo está desgastado, não se desenvolveu junto com meus poderes, minha pele está apodrecendo.
 - Entendo, o que mais?
 - Eu não precisaria morrer, só trocaria de lugar, por fim, você assumiria um cargo que realmente lhe é digno.
 - Mas e se descobrirem?
 - Você ou eu, mata o ser, simples. - diz Belzebu.
 - E como vai ser? Caso eu aceite.
 - Será um ritual curto e em seguida você já assume o trono de Dites.
 - Eu precis...
 - Não, não precisa! Vejo que já aceitaras, vamos Baltazar, és mais ganancioso do que eu!
 - Temo por sua segurança, senhor.
 - Pare com isso Balthy, é o meu braço direito, confio em ti como ninguém, sei que fará a coisa certa!
 - Se és o que desejas, eu aceito senhor.
 - Então não demoremos mais!
 Atrás da sala do trono, havia um espaço vazio que era usado por algum dos senhores de Dites, como sala pra meditação. Era um ritual simples, círculos, símbolos, gotas de sangue das duas pessoas e palavras ritualísticas.
 - Baltazar meu caro, serei eternamente grato a ti! - diz Belzebu antes de citar as palavras.
 - Aonde vai depois daqui?
 - Cocytos!
 - Por qual motivo?
 - Nenhum, apenas por diversão! Agora voltemos ao ritual.. - diz Belzebu voltando-se para as palavras.
 Após ser conjurado o ritual, raios roxos passam atravessam o ar, diante deles e acerta as paredes e os símbolos. Os dois erguem a cabeça e abrem a boca, dando passagem para as suas almas saírem do corpo, elas se cruzam no ar e entram em seus novos hospedeiros.
 - E como foi? - pergunta o corpo de Belzebu.
 - Deu certo caro Balthy. - diz o corpo de Baltazar.
 - Agora eu sou Belzebu e você Baltazar!
 - Sim, devo isso a você.
 - Eu vou cobrar, hahahahaha.
 - Até mais ver, qualquer coisa.. - tira uma moeda do bolso - ..sabe onde me encontrar.
 - Boa sorte aonde vai.
 - Reinado longo e duradouro, Belzebu.
 - Obrigado, novo Baltazar...












(Zabdi, da língua árabe, quer dizer "bem dotado")